Dia 17 de maio de 2014, 11h. Vazamento de gás provocado por fissuras nas tubulações que transportavam combustível causou explosão na academia Tem Esportes, no bairro Pauliceia, em São Bernardo. Ao todo, houve dois mortos, 12 feridos e casas interditadas. Um ano após a tragédia, os tormentos para os vizinhos continuam. O local ainda guarda retratos da ocorrência. Entulho permanece na área e, enquanto isso, famílias esperam justiça para recuperar os prejuízos.
Filha de Marcos Aparecido Pardim, que morreu aos 50 anos vítima da explosão, a estudante de nutrição Camila Regiane Pardim, 25, ainda aguarda resposta das autoridades. Após 12 meses do ocorrido, ainda não retornou para sua casa. “Estamos esperando a decisão da Justiça. Continuo morando no mesmo bairro, mas nossa casa está abandonada e virou, inclusive, moradia para usuários de drogas.”
Para a psicóloga Ideli Amaral dos Santos, 64, desde a data sua vida não é a mesma. “O problema se agravou ainda mais quando iniciaram as obras para demolir o que sobrou e tirar o entulho da área da academia. Eles não tinham noção que aquilo era uma remoção após explosão. Se tirassem o muro, minha casa ia para baixo. Foi nesse momento que entramos com processo e eles embargaram a obra.”
Desde então, vizinhos convivem com as consequências. “Se você conversar com os moradores do bairro, vai ver que diversas pessoas tiveram dengue, muito provavelmente em decorrência do entulho da academia, que favorece o acúmulo de água. Sem contar o aumento no número de assaltos”, reclama a pensionista Maria de Lourdes Dias, 63.
Para o advogado das vítimas, Eduardo Veríssimo Inocente, as obras só não foram retomadas até o momento porque a academia está adiando a todo custo o processo. “Ela não faz os muros de contenção, alegando que a obra está embargada, entretanto, essas intervenções são nas casas das vítimas, fora da zona proibida. Basta fazer a contenção e as obras podem ser retomadas.”
Em nota, a Tem Esportes informou que durante os 12 meses transcorridos desde o acidente, ofereceu todo o apoio necessário aos familiares e vítimas. Quanto ao edifício onde funcionava aacademia, disse que contratou empresa especializada para a realização do serviço de demolição que, entretanto, sofreu embargo. A academia destacou ainda que aguarda resposta da Justiça para dar andamento ao processo.
Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia/1352127/um-ano-apos-tragedia-academia-em-s-bernardo-vira-deposito-de-entulho